sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sobre o método Composição em tempo real

A força da coisa acontecida

Existem coisas sobre as quais quero falar e que, pura e simplesmente, não podem ser representadas. São do tipo de coisas que só passam a existir se forem apresentadas. São coisas que nem eu sei que existem, que nunca ouvi falar e que nem sequer desconfio da sua presença. E é por isso que quero falar delas: porque quero conhece-las. E dá-las a conhecer. Sem filtros ou intermediários. Em tempo-real.
O problema que se levanta imediatamente é simples: como falar sobre o que não conheço? E isso porque eu sei, pela experiência, que essas coisas de que falo, só aparecem e só poderão ser partilhadas por terceiros (onde me incluo) se estiverem embebidas na força da primeira vez. O segundo problema coloca-se logo a seguir: como reconhecer a coisa quando ela me aparecer? E isso porque eu sei, pela experiência, que é tão fácil confundir o original com a cópia ou a cópia com o simulacro ou mesmo o simulacro com a completa ilusão. E o terceiro problema apresenta-se: como preservar, por segundos que seja, a coisa activa? E isso porque eu sei, através da experiência, que se ela não permanecer viva o tempo suficiente para lhe poder retirar uma amostra que seja, nunca poderei, a partir dela, construir a plataforma de contacto, a ponte que me unirá consigo, espectador atento, que procura incessantemente as pistas que lhe darão a chave para decifrar o que vê e sente.
E a resposta para todas estas perguntas está no intérprete. Aquele ser que se predispõem a servir de tela ou folha em branco para que você possa imaginar. Que não se importa que pense coisas dele, que nem ele próprio sonhou representar. Que está lá, num gesto magnânimo de generosidade, sem medo do futuro, enfrentando e vivendo o facto da coisa acontecida. É ele que domina a técnica necessária para que, uma vez presente, a tal força, possa ser partilhada pelos outros intérpretes e pelos outros espectadores. É ele que sabe inseri-la numa matriz de comportamento, que possibilite a construção de um primeiro esboço de imagem, mesmo que difusa e desfocada, mas que dê início à suspeição, à sugestão e à atenção, ingredientes fundamentais para a criação do imaginário.
A essa matriz demos o nome de Composição em Tempo Real, que significa exactamente aquilo que diz.

João Fiadeiro
Encrenqueira, inglesa Amy Winehouse ganha elogios em seu 2º disco
VIVIAN WHITEMANda Folha de S.Paulo

Os cabelos pretos, cheios de ondas vivas, passam longe do estilo louro-e-domesticado da maioria das cantoras jovens, e o visual é um mix original da moda anos 60 com os acessórios dourados dos rappers e dos "chavs" ingleses. As músicas revelam os traços de uma mulher geniosa, sincera, cool e divertida, capaz de rir da estupidez alheia e de suas próprias burradas, de confessar seus vícios e de contar como chorou largada no chão da cozinha por causa de um romance fracassado.
Divulgação
Cantora inglesa Amy Jade Winehouse
Depois de tudo isso, fica difícil não se apaixonar por Amy Winehouse. Se a descrição não for convincente, basta apertar o play em "Back to Black", segundo CD da cantora da mais recente safra de talentos britânicos, para reconhecer suas qualidades nada ordinárias. O disco, que sairá no Brasil em fevereiro, tem a produção de Mark Ronson --responsável pelo álbum de Lily Allen, outra garota-prodígio inglesa. O primeiro single, "Rehab", em que Amy fala de seus problemas com o excesso de álcool, rendeu ao CD uma estréia no terceiro lugar da parada britânica. O novo single, "You Know I'm No Good", lançado oficialmente hoje, conta com um remix de Ghostface Killah, membro do norte-americano Wu-Tang Clan, um dos mais conhecidos e adorados coletivos de rap do mundo. Apesar de ter conseguido muito espaço na mídia graças a seu pavio curto e por se envolver em confusões quando exagera nos drinques, Amy é muito mais do que uma marqueteira da pá virada. Sua voz irresistível, que parece pertencer a uma diva do soul com bem mais de 23 anos, impressionou a crítica especializada e, entre seus fãs, está o ícone mod Paul Weller, que a convidou para dividir o palco em uma série de shows. De Londres, Amy falou à Folha, por telefone e e-mail, sobre música, bebidas e moda.

FOLHA - O single "Rehab" fala sobre como você se recusou a participar de um programa de reabilitação para alcoólatras. Qual é a sua relação com a bebida?AMY WINEHOUSE - Estava passando por um momento pessoal difícil, e meus agentes quiseram me levar para uma clínica, mas decidi que resolveria tudo sozinha. Eu e a bebida temos uma relação bem intensa, de amor e ódio. Tenho noites incríveis e divertidas e momentos péssimos, que me causam sérios problemas. FOLHA - Você é conhecida por falar sempre o que pensa, e isso nem sempre é bem visto no mundinho das celebridades... WINEHOUSE - Não dou a mínima para essa gente que se preocupa demais com as aparências. Ignoro completamente. FOLHA - Seu visual é bem marcante e original. Você escolhe suas roupas? WINEHOUSE - Gosto de me vestir como uma adolescente dos anos 60 ou como uma dona-de-casa daquela época. Eu mesma escolho as peças, faço a minha maquiagem e arrumo o meu cabelo. FOLHA - Quase todas as suas letras falam de seus relacionamentos e problemas pessoais. Você não tem medo de se expor demais? WINEHOUSE - Não mesmo. Quem sai na chuva, se molha. FOLHA - Já pensou em criar outras coisas com suas histórias de amor, como poemas ou um romance?WINEHOUSE - Desde criança eu sempre escrevi músicas, poemas, histórias. Gosto de criar pequenos contos a partir do que acontece com as personagens das minhas canções. Mas, acima de tudo, adoro escrever letras para as minhas músicas. FOLHA - Seu disco tem uma forte pegada retrô. Quais foram suas referências para gravar esse álbum?WINEHOUSE - Eu estava obcecada pelas coisas da Motown, especialmente pelos grupos vocais femininos dos anos 60. Enfim, músicas desesperadas, de partir o coração. FOLHA - Você tem sido comparada com divas do porte de Aretha Franklin e Etta James. O que acha disso?WINEHOUSE - Fico lisonjeada, embora nunca tenha sido especialmente influenciada por elas. Admiro a originalidade dessas cantoras. Elas são artistas únicas. FOLHA - Por curiosidade, qual é o seu drinque preferido?WINEHOUSE - Dia diferente, drinque diferente.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Experimentação Pública na FAP























26 de junho de 2008
faculdade de artes do paraná

quinta-feira, 10 de julho de 2008

NÃO EXPOR AO SOL

NÃO EXPOR AO SOL
vidaevideoclip
investigação coreográfica
testamos a ineficiência de padrões de beleza, sucesso e utilidade em nossa vida cotidiana ficcional

Corpo: um corpo construído; mediado por imagens. Feminino, Exposto, Relacional.
Cena: Experimental . Um Território Precário e Transitório.
Vida: Urbana. Cotidiana. Real. Ficcional.
Relações: Mediadas por imagens. Editadas.
Movimento: Posições Corporais e Estados Corporais, Articulações, Deslizamentos no Tempo e no Espaço - Composição em Tempo Real
Comunicar: futilidade, funcionalidade,fragilidade,superfícies,aparências,reprodução de imagens, restrições, impossibilidades


PROCEDIMENTOS DE CRIAÇÃO (desde abril de 2008)

* estudar a própria forma corporal
* relacionar a forma corporal com formas inventadas: publicidade,objetos,clichês
*medir partes do corpo
* improvisação: experimentar e selecionar posições corporais
*observar transições de sensações e mudanças de estados corporais
*pensar-se como objeto
*dançar o que não gosta
*verbos - ações
olhar/expor/propor/criar/transitar/interromper/investigar/escutar/relacionar/demarcar
*editar o que é para ser olhado
*deslocar-se deslizando no tempo e no espaço com foco nas articulações